28/06/2009

O Diário

Há sempre aquelas pequenas coisas de que nos vamos esquecendo, mas há sempre alguém que vem desenterrar o que está no fundo da nossa memória.

Em tempos, ofereceram-me um diário. Eu tinha mais ou menos 11 anos.
Antes desse diário já tinha comprado um... nem durou um mês, penso eu.
Mas na altura em que me ofereceram o diário em questão, decidi leva-lo mais a sério.
Nunca liguei muito a diários, nunca tive muita paciência, mas era normal as meninas terem um e eu resolvi começar a escrever.
Comecei por escrever nele todos os dias e escrevia tudo o que me tinha acontecido. Ainda escrevi, fielmente, durante uns bons meses. Depois fui escrevendo quando calhava.
Nunca ninguém me disse como deveria usar um diário. Naquela altura pensava ser um compromisso diário...
Lembro-me mais ou menos do que lá escrevia: rapazes, profs, paixonetas, colegas, família,... Enfim, coisas de miúdas de 11 anos!
Digamos que era um diário muito primitivo... Acho que nunca lá escrevi sobre os meus planos e projectos, sobre as minhas ideias e ambições, era algo mesmo básico.
Penso que mantive o diário durante um ano, depois deixei de escrever completamente. Alguns anos mais tarde, em arrumações, achei-o e deitei-o fora.
Muitas vezes sinto necessidade de escrever, nunca percebi porquê... Já pensei em arranjar um caderno para escrever as minhas reflexões, não seria um diário, mas um caderno de reflexões. Ainda não o arranjei, talvez um dia o faça, até porque, por enquanto, existem outras maneiras de colmatar essa minha necessidade.

Quando li o post do António e ao lembrar-me de tudo isto, pude dar-me conta do que cresci, ou melhor, amadureci. Hoje somos sempre mais do que fomos ontem!
É o que vivemos que faz o que somos. E eu cresci!
É curioso apercebermos-nos de que o que, outrora, tinha uma grande importância, hoje não é nada. Já não tem tanta importância, ou melhor, já não tem qualquer importância, porque eu também já não sou a mesma, porque estou noutra situação... Digamos que o meu referencial mudou: hoje sou um observador externo com mais maturidade que a que tinha naquela altura.

O meu diário passei a ser eu mesma.
Quando preciso de um diário ligo o meu mp3/mp4 às colunas de som, aumento o volume e falo; falo para mim e para a minha consciência.
É a minha "terapia musical" como lhe apelidou o António. Mas o facto é que resulta!

18/06/2009

Memórias

Entrou na sala: estava vazia. “Ainda bem!”
Fechou a porta. Não queria ver ninguém e não queria ser vista.
Subiu os dois degraus do estrado e sentou-se no último.
Todas as sensações que a invadiam naquele momento eram uma novidade. Nunca pensou que significasse tanto, que fosse ficar tão tocada por voltar aquele sítio. Mas nunca ninguém sabe realmente o peso das recordações e daquilo que fica marcado, na memória e no corpo.
Já lá tinha estado havia muitos anos, mas a aquela sala mantinha-se na mesma, o mesmo cheiro, o mesmo chão de madeira gasta pelo tempo e pelos pés que nela pisaram. “Já passou tanto tempo e a sala está igual. Lembro-me que adorava este estrado. Felizmente nuca tropecei nas escadas… O tempo nem sempre tem o poder que lhe atribuem…”
Ouviu rir! Era a melhor amiga “ Maria vem! Despacha-te! Eles querem ir almoçar! O Simão também vai não o queres ir ver…?”
Desapareceu tão depressa como veio. Naquela altura tinha dezassete anos e o cabelo comprido. Hoje tem quarenta e o cabelo curto. O Simão também está muito diferente… Aquele corpo escultural deu lugar a umas gordurinhas localizadas. Sorriu “Era tão feliz! O Simão hoje esta mais gordinho, mas está muito bem casado e feliz. A minha amiga está muito bem. Tem o emprego dos seus sonhos e um namorado que a ama.”
Olhou para o relógio “Está quase na hora…” Levantou-se. Saiu. Havia um corredor. Atravessou-o e virou à esquerda, passou por umas escadas, que não desceu e continuou em frente entrou numa biblioteca que interrompia o corredor e saiu pela porta da outra extremidade. Por fim chegou ao outro lado do corredor. “Está na hora!”.
Entrou na sala que ficava ao fundo do corredor. É um auditório!
“Boa tarde a todos. Obrigada pelo vosso convite. Vamos começar a palestra!”

02/06/2009

Metal

Desde o último post em que o Alf disse que "os «homens» não ouvem metal" que fiquei com vontade de deixar uns vídeos =P
Possiveis músicas que o homem que andava à chuva poderia estar a ouvir.
Estas são duas bandas de que gosto muito e as músicas são excelentes =D

Kamelot-The Haunting



Nightwish-Over the Hills and Far Away


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